quarta-feira, setembro 19, 2012

O prometido é devido

Ora vamos lá conversar sobre o quarto livro de "As Crónicas de Gelo e Fogo", que em Portugal se divide no sétimo e oitavo volume da colecção, mais precisamente "O Festim dos Corvos" e "O Mar de Ferro". Ora, ainda não tinha sequer passado do primeiro volume - o definido por George R R Martin, que a decisão da editora Saída de Emergência de os dividir em dois ainda me está atravessada - quando me apercebi que estes não seriam livros para me entusiasmar por aí além. E porquê? Primeiro porque "O Mar de Ferro" faria prever que a história se centraria num núcleo que nunca me fascinou por aí além. E, sejamos honestos, "O Festim dos Corvos" facilmente deixa antever que as nossas personagens favoritas estarão em maus lençóis, o que, bem explorado, até poderia ser interessante em termos de narração da história.

*possíveis spoilers*

No entanto, já estava bem avisada, depois dos grandes acontecimentos do terceiro volume - sim, do autor! - estes dois representariam um travão na acção que nem sempre foi bem recebido pelos leitores. Não foi o que menos me agradou. Para além do facto de "O Mar de Ferro" ser tão pouco volumoso que facilmente se percebe que não havia necessidade de dividir a história, mais uma vez, o que realmente me desgostou foi a atenção dada a Cersei e aos seus dramas e futilidades. Nada daquilo se enquadra no registo que me atraia nas crónicas e facilmente pode ser confundido com um tipo de romance que não interessa. As minhas personagens favoritas não fazem parte da história, numa decisão propositada do autor, e a única que tem essa sorte sofre um revés que ainda não consegui engolir. No geral, apesar de serem introduzidos núcleos interessantes, como novos pontos de vista que vão trazer mais-valias à acção, a história é chata e difícil de digerir. A vantagem é que abre o apetite para o próximo volume - o último - onde, à partida, já sabemos que vamos reencontrar as personagens que alimentam a fantasia.

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