É fingir que não se vê e sorrir, apenas por fora. É dar palmadinhas nas costas enquanto se torce o nariz e se puxa o tapete. É a luta pela sobrevivência num habitat cada vez mais artificial. É o "saber viver" na base de relações que são tudo menos verdadeiras. É dizer com leveza e despreendimento o que mais nos toca no coração. É mostrar o que não se sente e mascarar o que se pensa em prol de algo maior. É ter ganas de vomitar só de pensar em anular-me desta forma...
4 comentários:
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
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Fernando Pessoa
Maninho :)
Gostei desse post. O teu blog também é muitíssimo interessante. Parabéns!
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