segunda-feira, setembro 09, 2013

"O Amante Bilingue", de Juan Marsé



Por que é que ainda não escrevi nada sobre «O Amante Bilingue», de Juan Marsé. Porque ultimamente me tenho sentido com menos capacidade para transmitir o que cada livro me provoca e, ainda, porque este livro mexeu demasiado comigo. Não é a obra-prima que esperava mas, e esta foi mesmo uma experiência muito pessoal, conseguiu arrebatar-me de tal forma que o tinha de pousar ao fim de poucas páginas. Porque a esquizofrenia e bipolaridade da personagem principal - duas palavras que nunca são usadas - estão de tal forma latentes em todas as descrições, atitudes e pensamentos do protagonista, que me roubaram o ar e angustiaram bem mais do que umas simples letras impressas em folha de papel deveriam ter a capacidade de fazer.

Fez-me pensar em Carlos Ruiz Záfon, muito pelos traços que Barcelona trazem ao romance, e leva-me a crer que este será mais um dos escritores que, a espaço de tempo, vou querer revisitar. Não é a obra-prima que pensava, apenas porque o final não teve a apoteose que, já na recta final, me passou pela cabeça que seria possível. Ainda assim, aconselho vivamente, ciente de que nem todos sufocam com as doenças da mente como eu. A descobrir.

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