quinta-feira, maio 30, 2013

A vaidade

Assim mesmo, em caixa baixa. A insuportável vaidade. O cabelo, as bocas fechadas e tensas de prisão de ventre, a postura ensaiada, sem margem para a espontaneidade. O cabelo, os sapatos, as unhas, os casacos. Não há cu para a vaidade vazia. Para a ausência de personalidade fechada em amargas posturas semi-intelectuais. São balões de ar que não explodem e enchem mais espaço do que deviam. Espampanantes, exuberantes e sem sentido. O detestável elefante na sala de porcelana, que dá voz à metáfora mais gasta de quem não encontra - será que consegue? - palavras para se explicar. Porque a vaidade, a irritante vaidade, ocupa demasiado espaço. À distância de um alfinete.

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