quarta-feira, janeiro 09, 2013

Deve ser a idade

Nunca nenhuma quadra natalícia passou por mim à velocidade desta última. Passou a correr de tal forma que nem deixou que o espírito se instalasse. Em mim! Vocês não me conhecem mas eu sou a miúda que, no início do século enviou mensagens de feliz Natal e bom ano novo a todos os amigos a 2 de Dezembro. Com a desculpa de que, na hora certa, as redes ficavam congestionadas e queria garantir que todos eram devidamente abençoados por mim. Depois fiquei triste por ter gasto todos os cartuchos tão cedo e voltei a enviar mensagens nas datas certas. Pronto, essa miúda este ano não chegou a ter tempo, ou cabeça, sei lá, para se deixar contagiar por aquela que, para mim, é a época mais mágica do ano. Ainda é, acreditem. Toda a mística que nos "obriga" a estar todos juntos, num mesmo momento, com os entes mais queridos, agarra-me de uma forma que não consigo expressar. Não sou lamechas, gosto apenas da magia. Uma magia que não me tocou desta vez porque, quando dei por mim já tinha terminado. Natal, passagem-de-ano e, pasmem, Dia de Reis. Esta também não sabem, mas antecipo o Dia de Reis como uma criança que aguarda pelo Pai Natal. O dia que fecha as festas é, para mim, o dia da redenção, o dia que compensa todas as passagens-de-ano frustradas que tenho vivido ao longo dos anos. O dia 6 de Janeiro é um dia feliz, um dia que me enche o coração de boas energias e da convicção de que o novo ano vai correr bem. Este anjo, Gaspar, Baltazar e Belchior chegaram sem que eu os aguardasse à janela. Talvez porque, desta vez, não esperasse uma redenção. Ou então, porque, mais uma vez, tudo tem acontecido depressa demais. Depressa e sem tempo para me deixar reflectir. Só hoje me apercebi que há um exercício anual que me está a escapar pelos dedos. Gosto de pensar que os 12 primeiros dias do ano são barómetros para os 12 meses que se seguem. Pois, não tenho estado atenta. Caramba, ficar velha é isto? Não quero.

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