quarta-feira, julho 18, 2012

Sobre o amor e outros arrepios

Imaginem uma balança com dois pratos para pesos. Imaginem que cada um de nós, embora seja uma balança, apenas possui pesos para um dos lados, correspondentes a todas as especificidades da nossa personalidade. Estão a acompanhar? Conseguem visualizar a balança pendente, com um prato vazio? Agora voltem a usar a imaginação e visualizem a balança em equilíbrio perfeito, nem mais para um lado, nem mais para o outro. Pensem que isso acontece de forma natural, sem movimentos abruptos. Dois pesos, o equilíbrio perfeito.

E o que é que isto tem a ver com o amor, perguntam vocês, já impacientes. Então voltemos ao exercício da imaginação. Imaginem que um dia, na vossa vida rotineira, se cruzam com alguém que, não vos fazendo morrer de paixão, representa o equilíbrio perfeito na balança. Alguém cuja personalidade, mesmo que completamente oposta à vossa, vos traga harmonia com vocês próprios, mais do que alguma vez sentiram na vossa vida. Uma pessoa que, tal como o peso na balança, vos completa e equilibra de forma natural. Sem o arrepio da paixão avassaladora, mas com a cumplicidade de quem sabe que é feliz. Simplesmente feliz.

Isto é amor? Ou o amor não existe sem paixão? Melhor, a paixão antecede sempre o amor? O contrário não existe? Eu acredito nisto, na força de um sentimento como o que descrevi, mas tenho encontrado pouco consenso. E vocês, o que acham?

6 comentários:

Alex Fernandes disse...

Por um lado diria que possas estar apaixonada mas como posso/devo estar profundamente errado, dou apenas a minha opinião, como deves imaginar um pouco inexperiente, mas sincera.
Acho que a paixão antecede o amor e, não desvalorizando a paixão, o amor é algo mais mais intenso. E é óbvio que a paixão antecede o amor. Ah, e a atracção também anda aí no meio. Basta reparares nos significados de 'paixão' e 'amor' no dicionário de lp para confirmares que o amor é algo mais profundo, porque a palavra 'amar' que nasce do 'amor' é mais forte que a palavra 'apaixonar' que sucede da 'paixão'.
Falando das pessoas que se cruzam connosco na vida rotineira e que se destacam de tantas outras, há sempre uma razão muito especial. Eu até acho que há pessoas que me fazem feliz pelo facto de existirem. Ou porque nos surpreendem devido à sua personalidade ou porque nos fazem sentir bem às palavras que nos dão. Às coisas mais simples: a um sorriso, à preocupação que possam ter connosco, a um abraço, a uma ajuda (...)
A estas coisas simples se forma a grandeza das relações e das admirações que nutrimos pelas pessoas.
Entretanto, apercebo-me que não devo estar a dizer-te algo que já não saibas. Aliás, o meu objectivo nem é esse, porque isso seria demasiado díficil para mim.
Concluindo, podemos admirar alguém pela personalidade, pelas atitudes que têm para connosco. Não temos que admirar alguém apenas pelo seu talento (ex: voz, representação). Podemos admirar alguém a nosso redor porque nos fazem sentir bem pela diferença que fazem em relação a todas as outras pessoas. E isso, não significa que estejamos apaixonados. Ou se calhar estou errado. Aliás, este é um tema muito complexo que eu não domino.

Vanita disse...

Adoro a tua última frase Alexandre! Acho que, no fundo, ninguém domina. Por isso é que andamos todos às aranhas. Obrigada pela análise... :)

Heriwen disse...

Ninguém ditou uma regra a indicar que tem de existir paixão para haver amor.

Aliás, à medida que o tempo passa, cada vez acho mais que tem de haver esse tipo de equilíbrio de que falas. Porque, no fundo, é essa complementaridade que todos procuramos. Se ela se apresenta de uma forma tranquila, porque não explorar isso? Quem sabe assim está disfarçada a paixão...

Digo eu, que ainda estou à espera que a vida me ensine o que é o amor, que nisto não há auto-didatas...

Vanita disse...

Também eu ando à espera que a vida me ensine isso, Heriwen. Beijinhos :)

M* disse...

Eu acredito que possa existir amor sem paixão e paixão sem amor, um não tem que obrigatoriamente anteceder ou preceder o outro. Mas isso porque o senti, pensei (claro, sem certezas) que já o experienciei e sei o que é. Sei o que é amar alguém e encontrar nessa pessoa o equilíbrio perfeito e, apesar de ter gostado de outras, nunca mais voltei a sentir o mesmo.

Vanita disse...

Ufaaaa! Estava a começar a pensar que sou maluca :)