segunda-feira, dezembro 05, 2011

Da forma como nos vêem

Não é novidade, mas hoje apetece-me falar no assunto. Todos nós somos o resultado de três perspectivas: a forma como nos vemos, a forma como nos vêem e aquilo que realmente somos. E porque é que hoje me deu para reflectir sobre isto? Porque estou em destaque no blog da Lina, que me pediu uma opinião sobre uma frase que escrevi aqui no estaminé. E não, não é sobre isso que quero falar. Sobre esse assunto o debate está aberto no blog dela, se quiserem passem por lá. O que me traz aqui é mesmo o facto de a Lina ter dito que esperava outra coisa de mim, "algo cheio de sarcasmo". Não me surpreende que ela tenha pensado isso, mas deixa-me a pensar. De facto, a imagem que passamos, muitas vezes, não corresponde ao que somos. É preciso olhar para as pessoas com o coração, mais do que com os olhos e os ouvidos. Outro exemplo disto é que, ainda agora, alguém aqui no emprego, ao tentar entrar noutro computador, acaba de descobrir que a pessoa anterior usava o nick "provokadora10". Lá está, quem vê caras nem sempre vê o que se passa no íntimo. Sem nos apercebermos, ganhamos defesas e posturas que ditam a nossa personalidade aos olhos dos outros mas que, no fundo, não retratam o que somos. Sim, o sarcasmo é uma arma poderosa. A ironia é o meu nome do meio e tudo isto pode resultar numa imagem algo agressiva, admito. Mas não, nada disso reflecte o que sou.

5 comentários:

Alice disse...

Talvez estejamos numa espécie de sintonia. passei o fim-de-semana toda a divagar sobre esta questão.

No fim, resumo tudo aquilo que acabaste de escrever "ganhamos defesas e posturas que ditam a nossa personalidade aos olhos dos outros " e a maior parte das vezes acabamos por ficar sozinhos. Sinto essa solidão na parede, porque talvez os outros achem que as minhas paredes são instransponíveis. Ou realmente são.

Acho que os outros podem conhecer a nossa verdadeira personalidade, basta que queiram, e que a respeitam como pessoas que somos. E que entandam porque se criam as tais defesas e nos façam pensar que chegou a altura de as baixar.

Beijinho

(gostei imenso deste teu post como todos os outros que escreves, mas este tocou-me, hoje, mais a fundo)

Vanita disse...

Alice, estamos mesmo em sintonia. Também sinto essa solidão que falas, mas quero acreditar que as tais paredes que referem podem servir de filtro e ajudar a que, quem se aproxima de nós, seja realmente especial. Porque se deu ao trabalho de ver para além do óbvio, porque nos quis conhecer.

Beijo muito grande :)

Sinnerman disse...

Embora o coração, por vezes, nos impeça de ver as coisas como elas são Vanita. Toda a gente tem um "dark side". Toda a gente.

Inês disse...

O que eu acho é que a forma como nos vemos se vai aproximando cada vez mais daquilo que somos na realidade, o que é péssimo. Sempre me julguei muito melhor do que agora, com a idade, sei que sou. Tenho esperança que a minha lente de auto-leitura já tenha chegado perto o suficiente.
Também adoraria pôr-me na pele dos outros e "ver-me". Acho que todos aprenderíamos com isso.

Cristina disse...

Então e link do blog da Lina??? Sempre quero ver como a surpreendeste...