segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Do cansaço

Lembro-me que no Natal de 2009 tirei uma semana de férias. Dividida entre o calor da lareira, os filmes da televisão e os doces da época, ganhei energia para regressar ao trabalho. Lembro-me que há um ano estive de baixa, depois de ter sido operada. Só quem nunca esteve de baixa, depois de uma operação, é que pode achar que estes dias são de férias. Ainda assim, foram dias de cama, a recuperar ânimo para voltar à labuta.
Lembro-me que devia ter entrado de férias quando o local onde trabalhava se eclipsou. Sumiu-se e, em vez de me deixar com tempo indeterminado para gozar pela frente, fez-me entrar numa corrida desenfreada para recuperar a posição perdida: a de empregada. Consegui.
Lembro-me que colei fins-de-semana a semanas e folgas ao trabalho. Dei mais que o litro. Passei o verão sozinha numa cidade vazia, no trajecto casa-trabalho-casa. Com a rentrée alinhei lado-a-lado com os que estavam fresquinhos das férias. Prescindi de folgas, de fins-de-semana e estive presente. O esforço pedido para a época caótica do Natal - ainda se lembram do anterior? - e passagem-de-ano não ficou sem resposta. Depois foi necessário aguentar porque o início de ano é difícil. E agora perguntam-me porque estou a rebentar. Não me lembro.

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