quarta-feira, dezembro 01, 2010

Espiral

Sou bruta,
tenho o coração na boca.
Digo o que penso, sem ponderar.
Sou convicta, intensa, cheia de razão.
Não me deixo ficar,
vou à luta, doa a quem doer. Até a mim.

Tenho um feitio tramado.
Não precisam de mo dizer,
é assim que me apresento.
Antes que me apontem o dedo.

Sou assim desde que tomei consciência de mim
e, no entanto, não consigo mudar.
Também já o sei.
Aprendi-o sozinha,
com a dor de ter falhado a latejar.
Uma dor adormecida que, por vezes...
Desperta!

E agora, não quer passar.
O ódio que sinto não me larga.
Pisa-me e sufoca-me.
Porque não consigo fazer as pazes comigo.
Como é suposto,
nesta espiral de quem sabe que não muda.

2 comentários:

Pérola Negra disse...

As pessoas não mudam... Mas quando tomamos consciência do que somos e dos motivos de sermos assim, aí sim há uma mudança. Porque aí muda a forma de olhar para nós próprios e vamos acabar por ser diferentes. Aí já conseguimos ser mais brandos connosco, não exigir tanto, não ser tão críticos, não massacrar até. Somos o nosso pior inimigo. Trabalhando nesse sentido de descoberta, conseguimos perdoar-nos, ter compaixão por nós próprios. És assim por um motivo... Tenta procurar as razões. Posso dizer-te que as razões não estão no presente.
A relação connosco é das mais complicadas, mas é a melhor que relação que podemos ter, esse é o grande desafio.
Nunca te esqueças quão importante és, nunca te esqueças da tua essência. E que, mesmo com os defeitos todos que possas ter, com o feitio que possas ter (todos nós temos!!) há muita gente que gosta de ti. Olha eu gosto! Gosta de ti também!
Força! :)
Beijo grande

Vanita disse...

Obrigada pela força ;)***