sábado, setembro 25, 2010

Última noite

Tínhamos 24 anos quando nos conhecemos. Foi entre estas quatro paredes onde acabámos por crescer, viver, chorar e rir. As mesmas quatro paredes que hoje assistem à nossa despedida. "Boa noite", digo eu. "Dorme bem", respondes tu, num ritual costumeiro que nos fez mais que amigas nos últimos sete anos. Somos família. E é com lágrimas contidas que te vejo seguir um caminho que nos separa, as mesmas lágrimas que sei que também seguras e disfarças bem melhor do que eu. Sempre foste a razão e eu a emoção. Tu és a força contida, inabalável. Eu preciso de morder o lábio para não me deixar levar pelo momento. Faltam-me as palavras para te dizer que me vais fazer falta. Para te agradecer por estes que sei que serão sempre os melhores anos da nossa vida. Porque foram os anos das nossas conquistas individuais, minhas e tuas, a par e passo, como numa dança de equilíbrios bem coreografada. Se a minha vida sofreu uma reviravolta, porque não haveria a tua também de mudar o rumo?

Vou ter saudades tuas.

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