sábado, outubro 24, 2009
Do incentivo
1# Um dia, na escola primária, depois de nos falar da importância da floresta e das árvores, a professora deu-nos algumas palavras-chave sobre o assunto e pediu uma redação original e surpreendente sobre o tema. Bloqueei. Nunca gostei de criar no vazio. Se já tudo estava dito, como podia ser original e surpreendente? Suspirei, virei a folha do avesso, de pernas para o ar e matei a cabeça, aborrecida com aquele desafio que me parecia inultrapassável. Ao meu lado os colegas escreviam sem dramas, alguns já tinham até terminado. A minha folha estava vazia. Lá me obriguei a começar a história. Deus sabe o que me custou. Mas encontrei um rumo, um caminho. Aí surgiu outro drama, não a conseguia concluir nas linhas pré-determinadas. Implorei por mais e foi por cansaço que fui atendida. Escrevi um diálogo meu com uma árvore, a árvore onde eu estava a andar de baloiço. No final, essa minha amiga pediu-me para guardar o segredo comigo: as árvores não falam! Mas pediu-me para levar a causa das árvores até onde conseguisse. 'Bonita história, Vânia', foi a classificação que substituiu os satisfaz mais ou menos usuais. A minha história foi lida em voz alta para toda a turma e os meus pais chamados à atenção para o meu jeito com as redações. Em todos os relatórios trimestrais. Esta foi a semente...
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2 comentários:
Já percebemos é que eras a queridinha da professora...
[Pronto, na minha turma eu também era.]
:) Não era a queridinha, Sávio! Tinha os meus momentos. Também podia falar aqui do dia em que ela me mandou ao quadro para me humilhar em frente de toda a turma porque eu não sabia se o problema pedia uma conta de multiplicar ou de dividir. Acho que até me bateu - a minha memória anda a tentar apagar esse momento - e durante muitos anos vivi ressentida com isso. Histórias ;)
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