É muito difícil gerir as emoções quando a nossa empresa passa por um processo de despedimento colectivo. É mais difícil ainda conter as lágrimas quando, à saída, nos apercebemos que há colegas com quem já não vamos voltar a trabalhar diariamente. Que este foi, inadvertidamente, o último dia em que trabalhámos juntos. Colegas não, amigos. Pessoas cheias de valor que têm o mérito trazer algo de novo e muito valoroso ao nosso dia-a-dia. Miúdos. Gente que não conseguiu entrar para os quadros numa altura em que as empresas apostam na "contratação" a recibos verdes ad aeternum. É muito difícil explicar o sentimento de que este palavrão que dá pelo nome "crise" nos soa a desculpa inventada para justificar atropelos ilegais das empresas. Mas é a isso mesmo que nos soa tudo isto. Uma desculpa muito esfarrapada. Porque ainda há dois dias os centros comerciais acusavam uma crise que leva multidões aos saldos, uma crise de sacos de compras na mão, uma crise que só existe como bicho papão nas palavras dos governantes. Por enquanto. Porque a este ritmo, não é preciso ser muito inteligente para perceber que vamos realmente entrar em recessão. Quando metade da população estiver em casa, desempregada. É muito difícil tudo isto. É muito difícil este dia.
Adenda: Eu não fui despedida. Não calhou.
9 comentários:
Lamento.
Não imagino o que é estar nessa situação. Melhores oportunidades virão...
Boa sorte.
hoje já é o segundo post que leio a abordar este assunto e, sim tens razão cda vez mais as empresas se "esquivam" das suas responsabilidades atravás dos RV ou dos CT precários...é uma autêntica vergonha!!!
muita, muita pena! Estas situações são tão penosas,tão dolorosas. sei do que falas!
esperamos que melhores dias venham...
bjs
Eu, como muitos outros, sei bem o que isso é.
Talvez saiba um bocadinho melhor do que os outros porque estou sem emprego por me ter recusado a despedir.
Gostava que outros, como eu, se recusassem a "sujar as mãos".
Um abraço e fico feliz por teres "escapado".
Eu sei como te sentes. Hoje também vejo partir um colega, com quem já trabalhava a dois anos. É primeiro a sofrer o que promete ser o fecho da empresa.
Um abraço
Estou contente por não teres ido na maldita leva. Mas as tuas palavras não podiam ser mais verdadeiras. Assisti a isso já uam ou duas vezes e é penoso, e normalmente feito por motivos ridículos.Viva o patronato.... morto à caçadeira
Sim, só que passa mesmo por isso consegue mesmo relamente dar valor, é um ciclo que se fecha, e um novo que começa , o de uma grande incerteza qto auma das coisas mais importantes na vida que é o ter trabalho.
Tb lamento que espero que nunca venhas a passar por isso. :-(
Hoje em dia já não há segurança. Embora eu esteja efectivo, não tenho segurança nenhuma. Se a minha empresa me quiser despedir, despede, tal como já o fez no passado com despedimentos colectivos. A partir do momento em que o big boss diz que é tudo uma questão de números... filho da puta.
Para onde quer que se olhe, está tudo a despedir. Concordo contigo que há algumas - demasiadas na minha opinião - empresas que estão a ir "à boleia" da crise, mas outras estão mesmo aflitas. As pessoas estão com menos poder de compra e obviamente que isso tem um impacto enorme nas receitas das empresas e se não se tomarem medidas os negócios vão falir e aí vai tudo para o desemprego! Há que se ter em conta os dois lados da moeda!
Nós também estamos a passar por uma fase muito muito complicada e já tivemos que despedir uma pessoa e avisar a outra que não vamos renovar o contrato e, mesmo assim, não sabemos nos vamos conseguir aguentar!!!!
Este ano não começou bem! Isso é que é certo! Esperemos que melhore...
Bjs
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