quinta-feira, dezembro 11, 2008

Meto-me em cada uma...

"Olhe, desculpe... Não se importa de ir um bocadinho mais devagar. Estou a ficar assustada!". Estas palavras saíram da boca de uma Vanita esparramada contra o banco de pele de um taxista louco que serpenteava pelas ruas da cidade como se não houvesse amanhã. Agarrada ao cinto como se agarrada à vida, quebrei o mandamento sagrado de quem anda diariamente em táxis: Nunca te pronunciarás sobre a condução do Senhor! E acreditem, bastou atravessar a cidade - do Parque das Nações ao Saldanha - em menos de dez minutos para que o milagre se desse. A culpa até foi minha. Compadecida com o atraso do Senhor para o jantar com os pais da namorada disse-lhe, convicta, que sim, que chegaria a tempo. O Senhor lá deve ter entendido a mensagem de outra forma. Valeu-me a naturalidade com que a frase - a do desespero - me saiu. O Senhor ouviu o susto real e, até ao Marquês de Pombal, portou-se como manda o figurino. Despediu-se com um "desculpe o abuso". Tive sorte. Mas prometo não voltar a pecar!

3 comentários:

Micaela Neves disse...

como eu te compreendo!

Rui disse...

Depois de ter levado com os condutores de uma certa empresa, a fazerem no mínimo tempo possível Bucareste - Brasov por estradas de montanha com neve, a ultrapassarem 3 carros de seguida em curvas, acho que aguento com tudo... :P

Firehawk disse...

Desculpa, mas quem era esse santo? Eu ao contrário de ti apanho normalmente um (é regular e tu sabes porquê) que não se percebe nada do que diz porque não tem dentes e que passeia, literalmente por Lisboa, e outro que faz colecção de sinais vermelhos.