quinta-feira, março 08, 2007

P-R-I-V-I-L-É-G-I-O


Estar na gala de cinquenta anos da televisão em Portugal é muito mais que um evento, um serviço ou uma noite bem passada. É fazer parte da História, viver de perto a celebração de uma data que guarda memórias em quase todos os portugueses. Poucas coisas unem tanto um povo, durante tantos anos, como a existência de um único canal de televisão.



Para muitas gerações, a memória colectiva também se faz de programas, publicidade, animação e acontecimentos que todos vimos e ouvimos da mesma forma. As actuais gerações terão as suas memórias colectivas, sobretudo no que diz respeito à Internet, telemóveis e formas de comunicação. Dificilmente terão TODOS visto o
Vitinho à mesma hora durante anos!



Saber a música do D'Artacão de cor, lembrar os métodos rudimentares com que se apresentava a meteorologia ou a música da Eurovisão que antecipava acontecimentos sempre considerados celebres porque... vinham da Europa. É uma memória comum que ontem quase me fez soltar uma lagrimita de nostalgia. Um privilégio, sem sombra de dúvida.

2 comentários:

Sapinho disse...

So true: a mesma caixa que hoje me repugna pelo vandalismo que tem sofrido foi durante anos incontáveis a batuta que marcava o ritmo dos meus dias.

Ligar pela tarde na 2 pra ver boquiaberto o vaivem espacial a descolar, negociar cuidadosamente o ficar acordado até tarde para ver O Tal Canal, esquecer o resto da vida pela Fórmula 1 com os comentários do Domingos Piedade e o saudoso Adriano Cerqueira, despertar estremunhado dos excessos de sábado à noite para ver Ren & Stimpy, etc...

Rituais deliciosos, hoje substituídos, pelo tempo e a idade.

-"Bora sair amanhã?"
-"Esquece, é noite de X-Files!"

Vanita disse...

Hoje alguém falou em geração RTP. É isso mesmo que sinto. E sinto-me tão bem por isso, por essa identidade que me liga a todos os que têm a minha idade e são mais velhos que eu. Nunca me vou esquecer do "Agora Escolha" e dos "bonecos", da "Flora", da "Árvore dos Espatafúrdios" e de..., e de..., e de..., dos "jos sem Fronteiras". Agarradas as estas vêm as lembranças das minhas brincadeiras, das minhas férias, dos meus primos, da minha infância. Se é a isto que se chama envelhecer... não é assim tão mau! São memórias tão boas :)